Pequenos polvos de crochê ajudam a acalmar bebês prematuros e trazem conforto para famílias, remetendo à sensação de segurança de dentro do útero materno.
Um gesto simples pode transformar dias difíceis em momentos de esperança. É isso que o projeto Polvinhos do Amor tem feito em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) neonatais, do Centro Materno Infantil (CMI), levando acolhimento e carinho a bebês prematuros e seus familiares.
A ideia surgiu com a dona Ana Maria, uma senhora com mais de 90 anos, que se uniu a amigas para confeccionar os pequenos polvos com técnica japonesa amigurumi. O brinquedo é feito com linha 100% algodão e material antialérgico. Não são apenas fofinhos, mas também desempenham um papel importante na saúde emocional e física dos recém-nascidos.
Segundo Luciana Tito, técnica de enfermagem neonatal há 11 anos e responsável pela distribuição dos bichinhos de crochê, os polvinhos acalmam os bebês, que conseguem segurar os tentáculos e abraçá-los. “Isso traz conforto, especialmente quando não podemos abrir a incubadora o tempo todo.” Ela acrescenta ainda que as miniaturas também têm efeito fisiológico. “Eles ajudam a normalizar a respiração e os batimentos cardíacos das crianças, remetendo à memória do útero materno, lembrando o cordão umbilical com o qual o bebê brincava antes de nascer. Esse contato mantém o bebê mais calmo e seguro”, completou a profissional.
As voluntárias produzem os polvinhos diariamente, que depois são entregues às UTIs de outros hospitais. Recentemente, o projeto chegou ao Centro Materno Infantil (CMI), trazendo emoção e gratidão para mães e profissionais. Priscila Ladeira, gerente da linha da criança crítica, destaca a importância dessa ação. “É um presente maravilhoso para os nenéns e para as mães. Acalma e conforta a família.” Goreth Cândida Alves, mãe do pequeno Nathan, recebeu a doação e reforça o benefício do presente. “Todo carinho que ele recebe é muito importante nesse momento”. Ressaltou.
Mais do que fios entrelaçados, os Polvinhos do Amor representam laços de cuidado, solidariedade e esperança. A iniciativa, apoiada pelo SSA Contagem, mostra como pequenas ações humanizadas podem transformar a experiência das famílias e tornar os ambientes hospitalares mais acolhedores.
Autor: Estagiário Roger Tameirão sob supervisão da jornalista Aline Malta