No Dia do Agente de Portaria, o Hospital Municipal de Contagem presta uma homenagem a esses profissionais que exercem um papel fundamental na rotina hospitalar. São eles os primeiros a acolher quem chega, com olhar atento, postura ética e compromisso com a segurança e o bem-estar de todos. Mais do que controlar acessos, nossos agentes são guardiões do cuidado e da confiança. A cada gesto de atenção e respeito, ajudam a construir um ambiente mais humano e acolhedor.
“Quando fazemos nosso trabalho com empatia, isso ultrapassa os muros do hospital”
Meu nome é Odalício César Fonseca, tenho 54 anos e atualmente atuo como agente de portaria no Complexo Hospitalar de Contagem. Minha história com o Serviço Social Autônomo (SSA) começou na UPA JK, onde trabalhei por mais de um ano. Em determinado momento, precisei me afastar por razões pessoais. Mas não demorou para eu perceber o quanto eu queria voltar. Três meses depois, busquei uma nova oportunidade, participei de um novo processo seletivo e retornei. Agora, em julho, completo um ano nessa nova fase.
Tenho mais de dez anos de experiência na área de portaria e vigilância patrimonial, profissão que abracei naturalmente. Sempre fui comunicativo, tenho facilidade para lidar com o público e gosto de ouvir as pessoas. No ambiente hospitalar, ser o primeiro contato de quem chega exige atenção, acolhimento e responsabilidade, características que procuro colocar em prática todos os dias.
O que mais me gratifica é perceber que, quando atuamos com seriedade e empatia, construímos vínculos verdadeiros. Já fui convidado por pacientes e seus familiares para participar de momentos pessoais fora do hospital. Esse reconhecimento mostra que o cuidado oferecido aqui, vai além das portas da instituição.
Também vivenciei situações que exigem agilidade e preparo. Momentos intensos, como mulheres chegando em trabalho de parto, em que precisei correr, chamar equipe, buscar cadeira de rodas e agir rápido. E depois, ouvir um “obrigado”, ver o reconhecimento… Isso não tem preço.
Tenho formação em Pedagogia e pós-graduação em educação especial. Embora atualmente eu não atue em sala de aula, essa base me ajuda muito no trabalho, saber escutar, orientar didaticamente e com paciência, além de entender o momento certo de agir. Se estende dinamicamente no atendimento ao público e ao relacionamento com colegas.
No futuro, se eu decidir seguir outro caminho, penso em voltar ao ambiente escolar, especialmente com crianças ou com turmas da EJA (Educação de Jovens e Adultos). É uma experiência rica, cheia de diversidade e troca. Numa sala de EJA, você encontra pessoas de 16 a 80 anos. Além de um ambiente muito diverso é uma oportunidade única de ensinar e, ao mesmo tempo, aprender muito.
Hoje, tenho orgulho de fazer parte do SSA Contagem, contribuindo com o que tenho de melhor. Estar aqui é uma forma de servir, acolher e crescer.
Autor: Jornalistas - Aline Malta e Juliana Faria