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Com a aproximação das festas de fim de ano e das férias escolares, os hospitais de todo o país enfrentam um desafio recorrente, a queda no número de doações de sangue. No Complexo Hospitalar de Contagem, o cenário não é diferente e já acende um alerta. Os estoques de bolsas de sangue, dessa semana, operam com 21% da capacidade total de armazenamento, com diversos tipos sanguíneos em falta.

Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 1,4% da população brasileira doa sangue regularmente, para se ter uma noção cerca de 14 pessoas, número proporcional para cada mil habitantes. Embora o índice esteja dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade não é suficiente para atender adequadamente às necessidades em períodos de maior pressão assistencial, como no final do ano, quando há redução nas doações de sangue e aumento dos atendimentos emergenciais.

Segundo a médica hematologista do Hospital Municipal de Contagem (HMC), Andrommeda Moreira, a redução dos estoques traz impactos diretos para a assistência hospitalar. “A demanda aumenta muito devido aos acidentes de trânsito, ocorrências com arma branca e arma de fogo, cirurgias de urgência e eletivas, partos de alto risco, atendimento a prematuros, além de tratamentos de pacientes com doenças hematológicas. O sangue não tem substituto, ele só existe graças à solidariedade do doador”, explica.

A médica reforça ainda que a doação é um procedimento simples, rápido e seguro, capaz de salvar até quatro vidas. “A doação de sangue é um gesto de empatia e responsabilidade social. Em poucos minutos, o doador pode ajudar pacientes em situações graves. Antes de viajar ou iniciar as celebrações de fim de ano, reserve um tempo para doar. É uma forma concreta de transformar o espírito de solidariedade em um gesto que salva vidas”, convida.

A gravidade da situação é confirmada pelos números mais recentes. De acordo com a coordenadora da agência transfusional do HMC, Nathália Souza, os estoques registrados na última semana operaram em apenas 21%, o que intensificou ainda mais o apelo à população. “Qualquer tipo sanguíneo é importante para nós, especialmente porque a variedade de volumes disponíveis é fundamental para garantir o atendimento adequado aos pacientes, tanto nos procedimentos agendados quanto nas emergências”, destaca.

As doações podem ser feitas nas unidades do Hemominas de Betim, Barreiro no Hospital Júlia Kubitschek e em Belo Horizonte. A hematologista, Andrommeda Moreira, reforça que é essencial que o doador informe, no momento da coleta, que a doação é destinada ao Hospital Municipal de Contagem. “Essa indicação nominal assegura a validade do acordo entre os municípios e contribui para que o hospital mantenha um estoque estável, capaz de atender todos os pacientes que necessitam”, afirma.