Leia de Melo atua no setor desde 2020. Ela tem vivido uma trajetória marcada pelo acolhimento e respeito na instituição.
“Desde que entrei, sempre fui muito respeitada. Tenho autonomia para exercer meu trabalho, sou tratada com empatia por toda a equipe e me sinto acolhida todos os dias. Sou autêntica no ambiente profissional, para mim, é um valor importante me fortalece. Ser quem sou, respeitando meus valores e identidade, mesmo que isso seja diferente do que muitos esperam, tem um significado único para mim.
Ao refletir sobre a importância da comunidade LGBTQIAPN+ no hospital, destaco a necessidade de compreensão e empatia. A comunidade é formada por pessoas com vivências distintas, todas merecem respeito. O essencial é tratar todos com empatia, sem preconceitos. Quanto mais as pessoas entenderem que a diversidade é natural e enriquecedora, mais justa será a sociedade que estamos construindo.
Neste mês do Orgulho LGBTQIAPN+ deixo uma mensagem aos colegas. Que possamos celebrar a diversidade, valorizar o amor e a identidade de cada pessoa. Vamos promover um ambiente mais igualitário para todos, pois a diversidade torna nossa comunidade mais rica e bonita. Sejam felizes!
Caleb Antônio Nicodemos
Meu nome é Caleb Antônio Nicodemos, tenho 32 anos, sou casado e atualmente atuo como assistente no setor do NEPE, o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão do SSA Contagem. Entrei em 13 de junho de 2024 e, para mim, foi a realização de um sonho trabalhar em um hospital. Sempre me vi na área da saúde. Além disso, quando me reconheci como homem trans, tive medo de não conseguir uma oportunidade de emprego por conta da minha identidade. A realidade das pessoas trans ainda é muito dura, e eu temia ter que recorrer a caminhos que colocassem minha dignidade em risco para conseguir o básico para sobreviver.
Fui admitido com toda minha documentação regularizada. Antes disso, enfrentava problemas em outros empregos, sempre precisando explicar minha identidade e lidar com contratempos. No SSA, fui acolhido e respeitado desde o início. Tenho vivido oportunidades que nunca imaginei receber. A equipe do NEPE, gestão de pessoas, direção e colegas sempre me trataram com respeito. Em cada setor onde passo, sou bem recebido.
Dentro da empresa já dei palestras para os residentes multiprofissionais sobre diversidade, equidade e inclusão. Falei sobre como abordar e acolher pessoas trans, sobretudo na área da saúde. Muita gente ainda associa o gênero à aparência ou ao que acredita ser, mas é preciso desconstruir isso, especialmente quando estamos lidando com quem está em situação de vulnerabilidade.
Comecei minha transição durante a pandemia, em 2020. O processo de transição não envolve apenas o corpo, mas também o emocional. São mudanças profundas, por isso o acompanhamento psicológico é indispensável.
Sou cristão, e faço parte de uma igreja inclusiva. Atuo como obreiro, além de ser baterista do ministério de louvor e líder da Rede Trans.
Tive muitos momentos marcantes aqui. Um deles foi quando fui me apresentar para uma colega e ela respondeu com um sorriso: “Você que é o famoso Caleb?” Esse gesto simples me marcou profundamente. Me senti visto, acolhido. E é isso que falta a muitas pessoas trans: serem enxergadas.
Todos os dias, peço a Deus que me revista de amor, como está escrito no versículo de Colossenses 3:14. Peço amor por mim mesmo, pelo meu trabalho, pela minha esposa, pelas pessoas ao meu redor. O amor é a base de tudo. Quando amamos, tratamos bem, ouvimos, acolhemos. Se você trabalha com o público, precisa entender que o público é diverso. Cada pessoa tem sua individualidade, e cuidar é reconhecer isso.
Por isso, posso dizer com toda certeza de que sou muito feliz no SSA. Mesmo que um dia eu não esteja mais na empresa, sei que contribuí para que outras pessoas, sejam elas trans ou da comunidade LGBTQIAPN+, sejam acolhidas e respeitadas. Porque alguém vai lembrar: “O Caleb passou por aqui.”