No mês de abril, dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Complexo Hospitalar de Contagem e as UPAs intensificaram as ações de acolhimento às pessoas com autismo e suas famílias. A unidade foi iluminada com luz azul, símbolo do movimento, e promoveu a escuta ativa de usuários e profissionais envolvidos no atendimento às pessoas com TEA.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência estimada é de aproximadamente 1 em cada 36 crianças, e há estimativas de que existam cerca de 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil.
Segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o transtorno se manifesta nos primeiros anos de vida e impacta a comunicação social e o comportamento, apresentando sinais como repetição de padrões e restrição de interesses. O diagnóstico precoce, preferencialmente até os 3 anos de idade, é fundamental para um tratamento mais eficaz e para garantir melhor qualidade de vida.
Amanda Luiza Lobo, referência técnica em reabilitação intelectual da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, explicou que a cidade tem desenvolvido uma linha de cuidado às crianças com TEA, envolvendo todos os níveis de atenção da rede pública de saúde. “Desenvolvemos juntos com a atenção primária, especializada e a rede de urgência uma linha de cuidado que orienta os profissionais a garantirem intervenções ajustadas às necessidades de cada criança e sua família”, afirmou.
Explica também que, além disso, é importante ressaltar que toda criança acompanhada na puericultura pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pode ter seus primeiros marcos do desenvolvimento monitorados. Com esse acompanhamento contínuo, é possível identificar precocemente sinais de atraso e realizar intervenções iniciais, que podem transformar o curso do transtorno e ampliar as oportunidades de inclusão. “O diagnóstico precoce permite agir a tempo, estimular habilidades ainda não desenvolvidas e promover maior autonomia e qualidade de vida”, destaca.
A identificação de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma estratégia essencial para assegurar um atendimento mais humanizado e inclusivo. O uso de símbolos como o cordão com estampa de quebra-cabeça ou o cordão de girassol permite reconhecer e priorizar o atendimento dessas pessoas. Pensando nisso, o Complexo Hospitalar e as UPAs de Contagem adotaram o uso de adesivos de identificação que, com a autorização dos pais ou responsáveis, são fixados na roupa da criança com TEA, facilitando ainda mais o acesso ao atendimento prioritário. Esse adesivo, geralmente, é entregue durante o momento de acolhimento.
Para Aline Souza, mãe de Franciele Souza, que é autista, o acolhimento foi essencial para o atendimento. Ela relata que, após a identificação, sua filha foi prontamente reconhecida e atendida conforme os protocolos de prioridade. “É muito importante a identificação da criança com o colar. O dela estava sujo devido a uma crise. Quando chegamos, a equipe prontamente colocou o adesivo de identificação, garantindo que ela fosse atendida de acordo com a lei. O atendimento foi realizado com qualidade, e eu só tenho a agradecer”.
O atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Contagem vai além do ambiente hospitalar. Por meio da parceria entre escola e família, é colocado em prática o Projeto Terapêutico Singular (PTS), um plano de cuidado individualizado, construído em conjunto com os familiares. “Buscamos articular ações com escolas, secretarias de desenvolvimento social e outras instituições, para que o cuidado ultrapasse os limites do setor da saúde”, destaca a referência técnica em reabilitação intelectual, Amanda Luiza Lobo.
O Complexo Hospitalar de Contagem, ao promover escuta e melhorias no atendimento, reforça seu compromisso com a inclusão e o cuidado integral das pessoas com TEA, não apenas neste mês de abril, mas durante todo o ano.
